Wednesday, November 23, 2016



ANALISANDO A FASE RUIM DA REVELATION

Seria muito fácil contar a história da fase áurea da Revelation Records, o surgimento do youth crew, Youth of Today, Gorilla Biscuits e companhia "derrubando os muros" promovendo o tal "renascimento do orgulho hardcore". Era só repetir o que já está registrado por aí num monte de livros e colunas de zine, colar uma foto do Porcell sem camisa e estava tudo resolvido.
Porcell sem camisa
Porcell sem camisa
Mas seria fácil demais. Meu pai diz que a vida é tédio ou tragédia e eu resolvi escolher a tragédia. Por isso, vou analisar o que aconteceu depois de tudo isso na FASE RUIM DA REVELATION. Ok, o título é meio sensacionalista, nem tudo ali é ruim mas justamente para evitar o tédio é necessário pegar o leitor pelo colarinho.
Vou explicar: estava falando sobre hardcore com amigos, qundo veio à baila o tema da discografia da Revelation Records no início da década de 90 e qual era o sentido daquele monte de banda chata e inexplicável. Foi nesta época que eu mergulhei no mundo do hardcore e depois de me maravilhar com os discos dos supracitados Youth Of Today e Gorilla Biscuits, observei que eles eram colegas de selo e, portanto, deveria ter mais bandas daquele tipo com o logotipo da estrelinha.
Qual não foi então minha surpresa quando comecei a vasculhar lojas de disco e me deparar com coisas bizarríssimas tipo uma dupla hare krishna que cantava com bateria eletrônica, bandas instrumentais com saxofone e rocks não-hardcores sem graça de todo tipo. Eu simplesmente não entendia a) por que alguém gostava daquelas coisas e b) o que aquilo tinha a ver com hardcore. Pensem comigo, isso devia ser sei lá, 1993. O maravilhoso último o EP do Youth of Today, tinha só três anos de idade. Como tudo poderia ter mudado tão rapidamente?

Mal sabia eu que por volta de 1991 o hardcore americano passara por uma daquelas extinções em massa análogas ao meteoro que acabou com os dinossauros. Streis beberam, brucutus simiescos aprenderam a tocar, virgens transaram, analfabetos leram, ateus descobriram incenso e divindades exóticas e por aí vai.  

Algo semelhante já havia acontecido antes, no meio dos 80. Bandas de Washington viraram emo, as de Boston viraram heavy, as californianas viraram góticas ou hard farofa (ambos no caso do TSOL) e outras cenas desapareceram completamente... o que, vendo pelas letras do YOT e GB, magoou muitos corações juvenis novaiorquinos.

Me pergunto então se eles resolveram descontar a raiva na gente fazendo a mesma coisa. Assim, os ex-Youth Of Today, Gorilla Biscuits, Bold, Judge, Underdog e tantos outros adotaram o cigarrinho de artista e/ou a religião, formaram suas próprias bandas estranhas e aventureiras e a Revelation lançou a maioria.
Minha metodologia foi a seguinte: considerei o EP do Burn de 1990 como o último disco de hardcore da primeira fase do selo e o ano de 1991 como o marco inicial da segunda. Me aproveitando do Youtube, ouvi a primeira música de todos os discos listados, passando para a seguinte só em casos específicos de perplexidade ou relevância e comentei só o que me veio na cabeça na hora.

Você pode concordar ou discordar, foda-se. Ou melhor, fodamo-nos. Quem se ofende com gosto musical é babaca e não deveria estar lendo este zine.

Isentão que sou, devo confessar que me surpreendi positivamente com algumas coisas que eu detestava. E vi que sempre tive razão noutros casos. Então divirtam-se, nossa história começa aqui:


1991 Rev: 23 - Ray & Porcell
Nota 6,5.
Veredito: Tem algum charme e grude aí, apesar de ser uma coisa de gosto duvidoso (emo krishna com bateria eletrônica não é um prospecto muito promissor) e existência não muito necessária.
Bandas de hardcore que os caras tinham antes: Youth Of Today, Judge, Shelter, etc


1991 Rev: 24 - Into Another s/t LP

Nota 6
Veredito: a banda piorou depois. A música ainda lembra um pouco Underdog. Tipo um Underdog grunge sabbath novaiorquino (ou seja, meio crossover/thrash/speed do Lamour's).
Em algum nível eu apoio a idéia deles de se libertar e fazer rock assim misturando tudo que eles curtiam. Mesmo que o som ficasse escroto.
Bandas de hardcore (e metal) que os caras tinham antes: Underdog, Bold, Youth Of Today, Whiplash (?!?!)




1992 Rev:25 - Farside - Rochambeau LP

Nota 6
Veredito: por um lado me enoja com esse violãozinho no começo. Por outro entra uma melodia triunfante meio vídeo de skate da época que me acalenta um pouco o coração.
Bandas de hardcore que os caras tinham antes: Headfirst, 411




1992 Rev:26 - Into Another - Creepy Eepy 12" EP

Nota 4
Veredito: banda confusora de mentes (qualidade), mas que confunde alternando boas ideias com coisas cafoníssimas (defeito). O primeiro som começa empolgante naquela pegada meio metal estranhona, mas entra uma parte meio rapcore e fode o cu do palhaço. Gravação escrotal de ruim.
 



1993 - Rev: 27 Iceburn - Hephaestus LP

Nota 3
Veredito: pretensioso, chato pra caralho, mal gravado, horrível. Impossível gostar disso.
Bandas de hardcore que os caras tinham antes: Insight


1993 Rev: 29 - Statue - Filter The Infection EP

Nota 7
Veredito: Não chega aos pés da maravilhosa demo hardcore deles, que é uma coisa comparável ao melhor do Chain e do Inside Out. Mas tem qualidades aí, o segundo som é bem punk e no geral rola um elo perdido entre um lance meio Fugazi e um pesinho Quicksandiano, só que com aquele nervosismo jovem das bandas do Alex Barreto. De longe o melhor até agora.
*O Rev:28 é relançamento das demos do Underdog, então não conta
Bandas de hardcore que os caras tinham antes: Chain of Strength, Inside Out, No For An Answer



1993 Rev:30 - Mike Judge & Old Smoke - Sights... L
P
Nota 10
Veredito: é o Mike Judge abrindo o coração e imitando o Neil Young. E pelo som reverberante deve ter sido gravado dentro de um banheiro. O disco mais sincero do mundo. Para mim tá ótimo, foda-se.
Bandas de hardcore que os caras tinham antes: Judge



1994 Rev:31 - Orange 9mm - s/t

Nota 6,75
Veredito: sempre achei essa banda um lixo maldito, mas acho que nunca tinha ouvido esse primeiro EP. É menos rapcore, mais agressivinho e ainda parece um pouco Burn (sem o brilho, óbvio). Nunca mais vou ouvir de novo mas fiquei positivamente surpreso.
Bandas de hardcore que os caras tinham antes: Burn



1994 Rev:32 - Sense Field - Killed For Less LP

Nota 5
Veredito: nos melhores momentos você até sente alguma promessa emocionante e tal, mas no geral é um rock alternativo MTVzero da época com aquelas broxadas/ereções intermitentes de quem está bêbado ou meio deprimido.
É a típica banda de americano do hardcore achando que está filtrando um lance indie britânico, mas que pega só a parte ruim da coisa.
Bandas de hardcore que os caras tinham antes: Reason To Believe



1994 Rev:33 - Farside - Rigged LP

Nota 6,0
Veredito: depois do Sense Field você escuta e parece que você está num camaro a 200 por hora na rota 66 ouvindo o It's Alive do Ramones. Daí chega na metade da música e você vê que não é bem assim. Seja como for existe algo aí. Não é algo que eu queira para mim, mas tem algo pelo menos.
Pensei em dar 6,75, mas começou a segunda música e parece Charlie Brown Jr., só que sem o carisma caiçara.



1994 Rev: 34 - Iceburn/Engine Kid split

Nota: 1
Veredito: Um disco instrumental de 48 minutos com 5 músicas de pós hardcore pretensioso metido a jazz. Mais chato que o Geraldo Alckmin lendo a lista telefônica. Só não dou nota 0 porque fui passando e tem uns pedaços empolgantes de umas músicas do Engine Kid.



1994 Rev: 35 - Into Another - Ignaurus LP
Nota 4,5
Veredito: novamente, um alívio depois do disco anterior. A primeira música entra numas meio como se fosse o equivalente do Rush ao que as bandas grunge fizeram com o Black Sabbath. Daí vem a parte do violãozinho e fodeu, aff.



1995 Rev:36 - Iceburn - Poetry Of Fire LP

Nota 3,5
Veredito: bem melhor que o instrumental, um pouco melhor que o outro disco deles. Parece que a banda entendeu melhor sejá lá que diabo eles queriam fazer. Ainda assim uma hora e doze de pagação de louco interminável.


1994 Rev:37 Sense Field - s/t
Nota: 4,5
Veredito: Coletânea dos primeiros EPs da banda favorita de quem queria nos anos 90 ser da cena hardcore mas não gostava muito de hardcore.
Não vamos nos esquecer que comer pão com alface no subway e combinar bermuda da drop dead com colar krishna eram uma coisa muito atraente naquele tempo.
Mas voltando ao disco, é ao mesmo tempo menos chato e pior do que os outros deles, uma espécie de R.E.M. emo. Ar i emo.


1995 Rev: 38 - Engine Kid - Angel Wings LP
Nota 3,5
Veredito: um estilo peculiar dessa era, o emo sem emoção. Duvido que o Greg Anderson (ou qualquer um) relance isso. Melhor fingir que o Sunn o)) (sei lá como escreve isso) surgiu quando ele esqueceu de desligar o ampli depois do ensaio do Brotherhood.

Bandas de hardcore que os caras tinham antes: Brotherhood


1995 Rev:39 Whirlpool - s/t LP
Nota 5,5
Veredito: a resposta da Revelation para o Nirvana, Pixies e sei lá, Killing Chainsaw. Mas imagina isso com membros do Sense Field e Outspoken e os defeitos de ambas, ou seja, chatice, um certo simplismo e nada da parte mais selvagem das bandas supracitadas. Assim como um prato de macarrão sem molho, não é uma coisa repulsiva, você engole fácil, mas não tem gosto de nada.
Bandas de hardcore que os caras tinham antes: Final Conflict, Outspoken, Reason To Believe



1995 Rev:40 - Shades Apart - Save It LP

Nota 5,5
Veredito: uma mistura curiosa e incrivelmente noventista de pop punk, vocal tipo Nirvana e pós hardcore pesadinho da costa leste a-la Quicksand. Esse disco teve um hit, o cover de "Tainted Love", que gruda mas ao mesmo tempo é meio nojentinho, tipo um sanguessuga.
Bandas de hardcore que os caras tinham antes: nenhuma



1995 Rev:41 CIV - Set Your Goals LP

Nota 8
Veredito: Foge à proposta da lista, mas ao mesmo tempo mostra que depois de 4 anos existia gente com saudade de música assim, digamos, melhor. Existem problemas? Existem. A música título é meio cafona, umas outras ali também e tal, a estética idem. Mas é um bom disco, bem gravado com ótimas músicas hardcores.
Grande Walter, pegou os amigos imprestáveis e fracassados e deu uma banda inteira para eles. Compôs tudo, gravou, arrumou contrato com gravadora e foi cuidar da vida dele.
Bandas de hardcore que os caras tinham antes:Gorilla Biscuits, Youth of Today, Judge, Side By Side, Token Entry, Outface



1995 Rev: 42 - Into Another - Poison Fingers EP

Nota 5
Veredito: Tudo dessa banda me deixa aflito e confuso. Fico aflito e confuso pensando se isso é uma coisa boa para uma banda. Esse EP tem um som repetido do LP anterior e a música "Herbivore" que é a favor do veganismo. Eu também sou a favor do veganismo e estou até curtindo esse som, então dou nota 5.



1995 Rev:43 - Quicksand - Manic Compression
Nota 9
Veredito: na moral, maravilhoso esse disco. Não ouvia há uns 15 anos no mínimo, vacilei. Fodam-se os antigrooveiros e foda-se o que foi feito em nome dessa banda no mundo pavoroso do emo e do nu-merow alguns anos depois. Como tanta coisa no rock, a influência foi nefasta, mas esse disco é fodidíssimo.
Bandas de hardcore que os caras tinham antes: Gorilla Biscuits, Youth of Today, Beyond, Bold, Warzone, Collapse



1995 Rev:44 - State Of The Nation - s/t LP

Nota 6,5
Veredito: Me lembro de achar essa banda chatinha na época. Fui ouvir de novo e achei melhor do que eu lembrava, um post-hardcore/punk rock 90 com alguns momentos empolgantes, mas musicalmente nada de memorável em nenhum nível.
Por outro lado tem letras politicais e dois caras do Hard Stance. Pesando tudo, merece ali um 6 e meio.
Bandas de hardcore que os caras tinham antes: Hard Stance, Inside Out



1995 Rev:45 - Farside - s/t EP

Nota 4
Veredito: Chatinho. Parece aqueles emos do Hangar 110 de 2000 e pouco. Cafonice abunda.



1995 Rev:46 - Sense Field - Building EP

Nota 5
Veredito: um pouco melhor que os outros, se pans. Alguém sempre botava esse disco na época, eu ficava puto, mas era melhor do que quando botavam o disco da valsinha.



1995 Rev:47 - Texas is The Reason - if it's here when we get back it's ours EP

Nota 2
Veredito: Alguém passou na porta da minha sala e eu fiquei com vergonha de estar ouvindo esse lixo.
Bandas de hardcore que os caras tinham antes: 108, Shelter, Lifetime



1996 Red:48 Into Another - Seemless LP

Nota 5
Veredito: menos insanity malucão que os outros discos, mas menos interessante por isso mesmo. Ao mesmo tempo mais fácil de encarar. Agora OLHA ESSA CAPA AMIGOS.



1996 Rev:49 - The Iceburn Collective - Meditavolutions

Nota: 0
Veredito: não sei, passou um minuto, não aconteceu nada, tenho mais o que fazer. A banda aparentemente virou um coletivo e, obviamente, ficou ainda mais pentelha.


1996 Rev:051 - Texas Is The Reason - Do You Know Who You Are LP
Nota 4
Veredito - Menos pior que o outro, não é tão asqueroso mas é mais chato. Ainda assim é bem cheio daqueles clichês de emo que toda banda nacional horrível copiou. Aliás, incrível como essa banda foi influente. Parabéns para eles, filhos da puta.



1996 Rev:052 - Whirlpool - Liquid Glass

Nota 6
Veredito - Melhor (menos simplista) e mais chato (menos direto) que o outro disco deles, ainda numa onda meio Pixies emo, só que com uma cara mais própria. Não é ruim mas ninguém vai morrer se você não ouvir.


1996 Rev: 053 - Ignite/Good Riddance split EP

Nota 7 (Ignite) e 5 (Good Riddance)
Veredito - esse tipo de som bombava em Jacareí, Pinda e região. Não é um veredito, é só um fato. Ok, meu veredito é que Good Riddance não dá para escutar mas na época a gente passava um pano porque era uma banda melódica com um vocalista strei e consciente. Nos anos 90 não havia porcaria que a gente não conseguisse arrumar um motivo para escutar.



1996 Rev: 054 - Ignite - Past Our Means 12"

Nota 8
Veredito - E com este disco acaba oficialmente a era "post-hardcore" da Revelation, que, para o bem e para o mal, a partir daí volta a ser um selo majoritariamente hardcore. O disco em questão é uma coisa complicada, porque a gente hoje tem a consciência de que é uma mistura de Uniform Choice com Iron Maiden e toques de Bad Religion.
Mas isso não precisa ser ruim, precisa? Ok, o Zoli é um vacilão e transformou a banda numa cafonalha horrorosa para enganar europeu. Mas mesmo vendo hoje que este é o embrião deste processo, a memória afetiva é suficiente para me divertir.
Bandas de hardcore que os caras tinham antes: Justice League, Unity, No For An Answer

Wednesday, July 16, 2008

v/a - Empty Skulls vol.2

V/A - EMPTY SKULLS VOL.2 - THE WOUND DEEPENS




Resolvi postar esta coletânea para estrear os posts de verdade do meu blog após escrever sobre ela no meu fórum.
Tudo começou quando, no sensacional blog Good Bad Music For Bad, Bad Times do grande Erich, vocal do Fear Of God, surgiu um post da coletânea "Unsafe At Any Speed", um clássico EP de sobras da clássica compilação "This is Boston, Not LA", de 1982.
Uma das bandas ali é a obscura Groinoids, com a música "Empty Skull", que talvez tenha inspirado o nome da coletânea que eu estou postando hoje. O primeiro volume saiu em cassete e é mais cultuado do que este segundo volume. Você pode conferí-lo aqui.

Para mim, no entanto, o volume dois tem muito mais significado. Primeiro porque foi um daqueles negócios da China que ainda dava para fazer nos anos 90, em que você mandava para a gringa um disco do BSBH ou qualquer coisa do tipo que dava para achar por R$8 na galeria e recebia uma jóia dessas de volta depois de um mês e pouco. Segundo porque é talvez a coletânea dos anos 80 com a melhor e mais inusitada escalação internacional.

Confiram:


E.A.T.E.R. (Sweden)
1.abort the system
2.death wish
STRANGLEHOLD (Boston)
3.she's not leaving
HALFLIFE (Pittsburgh)
4.old glory
5.wise up
PILLSBURY HARDCORE (California)
6.kill everyone now
7.i hate paper cuts
8.S.E.V.F.P.
WHITE 'N' HAIRY
9.involved
CORROSION OF CONFORMITY
10.center of the world
11.eye for an eye
12.negative outlook
LEGION OF PARASITES (UK)
13.dying world
14.boredom
JUSTICE LEAGUE (Cali)
15.looking back
CLOERA (Brazil)
16.Em voce
17.De O Fora
PANDEMONIUM (the Netherlands)
18.wir gegen fahren Nazis
19.sucks to this wall
CRUDE S.S. (Sweden)
20.Svensson, Svensson
UGLY AMERICANS (North Carolina)
21.Buffalo Bill


Vejam bem, para começar, tem o fabuloso E.A.T.E.R., uma daquelas bandas suecas que não vêm tanto do Discharge, mais rápidas e com riffs mais variados. O EP Doomsday Troops é um dos meus discos europeus de hardcore favoritos desta época.
Depois o Stranglehold de Boston, que apesar de ter o cara do Gang Green na guitarra, imitava, com sucesso, Stiff Little Fingers, Clash e congêneres.
Aí vem o Half Life, uma banda meio "oi-core" da Filadélfia da qual ninguém fala hoje em dia, mas cujo primeiro compacto é bem legalzinho.
O White N' Hairy eu não tenho idéia do que seja e nem lembro do som, preciso re-escutar.

O lado B abre com o o Corrosion Of Conformity, que na encarnação oitentista é melhor do que praticamente qualquer outra banda que dê para imaginar. Especialmente com o Mike Dean cantando, que é o que temos nessas músicas, que vieram a sair no supremo EP "Six Songs With Mike Singing".

Segue o Legion Of Parasites, uma curiosa banda inglesa que surgiu do mundo anarcopunk inglês mas foi uma das pioneiras do thrashcore e crossover britânicos, com direito a gravação horrível, mas legal e umas capas de disco que pareciam desenhos de shape da H-Prol:


Aí vem o Pillsbury Hardcore, que depois encurtou o nome para PHC e lançou um split com o Infest, o que já tornaria a banda interessante mesmo se fosse ruim. Para quem não conhece, eles eram uma espécie de primo podre da cena de Orange County, com um som mais escroto e umas letras tirando sarro das coisas. Alguém da banda depois formou o Man is The Bastard, que é meio chato, mas importante.

Também da Califórnia vinha o Justice League, uma banda sXe contemporânea do Unity/Uniform Choice que teve futuros membros do Chain Of Strength, No For An Answer, Ignite e Inside Out e gravou um LP memorável em 1986 que parece um intermediário entre o Chain e um Dag Nasty da vida.
Essa música em particular, que batizou a banda homônima, é um clássico que deveria ser altamente coverizado por bandas youth crew atuais se a maioria delas não estivesse ocupada tentando matar o público de tédio com as mesmas músicas do 7 Seconds ou GB.

Segue-se o nosso querido Cólera, que dispensa comentários, seguido por sua vez do Pandemonium, aquela banda clássica holandesa tipo Lärm só que musicalmente bem melhor e desprovida de desenhinhos sXe styles.

Para cortar um pouco o clima positivo vem então o apocalíptico Crude SS, um equivalente musical do bombardeio de Dresden, bem popular no Brasil por constar da coletânea "The Vikings Are Coming", que saiu por aqui nos oitenta.
E terminando, os Ugly Americans, banda do cara que viria a ser o vocalista ruim que quase estragou o LP "Technocracy", do já citado C.O.C.

Coletânea com Corrosion, Crude SS e Cólera. Curioso!

Abaixe aqui!

Friday, June 6, 2008

Podcast novo no ar!

http://sinistra.libsyn.com

Sunday, November 26, 2006